DAIANE FAGHERAZZI

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Farroupilha, Rio Grande do Sul, Brazil
Formada em Letras/Português (PUCRS - 1998/2002) com Pós-Graduação no Ensino de Língua Portuguesa (PUCRS - 2003/2004) e Mestrado em Linguística Aplicada (PUCRS - 2006/2007).

domingo, 10 de abril de 2011

LABIRINTO

Expomos nossos pensamentos, dependendo do assunto a ser abordado, com mais ou menos desenvoltura. Arquitetamos, por exemplo, textos retratando a infância e o que é escrever diferentemente. O primeiro flui naturalmente, enquanto, o segundo despende um exercício cognitivo maior.
Para escrever sobre a época do algodão doce não são necessários estudos teóricos. A vivência torna possível essa tarefa. “Oh! Que saudades que eu tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais...” O saudosismo aflora, e as idéias jorram sobre o papel. Quem nunca subiu em árvores, brincou de passa, passará, ciranda, cirandinha, jogou pim-po-ne-ta ou vaca amarela? Num tempo embriagado de fantasias e devaneios, o texto, sem bloqueios nem censuras, vai sendo tecido pelo sarandear das palavras. Há um desapego dos critérios de correção já que a ênfase recai na história reflexiva. A autenticidade se revela pela presença da espontaneidade.
Por outro lado, persegue-nos o chamado a desenvolver trabalhos acadêmicos os quais parecem não despertar o mesmo interesse dos memoriais. Aqueles exigem leitura, conhecimentos acerca do tema. Sentimo-nos atados, inábeis na organização de um discurso criativo, bem escrito e autêntico. As idéias se perdem em labirintos, e, para achá-las e adequá-las ao contexto, somos forçados a trilhar um caminho mental mais laborioso. Condenamo-nos quando coesão, coerência e argumentação não compõem nossa louvável obra.
Mesmo com esses percalços, acreditamos no êxito da produção escrita. Tanto as traquinagens infantis quanto o que é escrever devem ser conduzidos de forma prazerosa e crítica. Impulsionados pelo encantamento da parole, “nós vamos prosseguir, companheiros, medo não há; o rumo certo da estrada, unidos vamos crescer e andar...” Profa Daiane Fagherazzi

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