DAIANE FAGHERAZZI

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Farroupilha, Rio Grande do Sul, Brazil
Formada em Letras/Português (PUCRS - 1998/2002) com Pós-Graduação no Ensino de Língua Portuguesa (PUCRS - 2003/2004) e Mestrado em Linguística Aplicada (PUCRS - 2006/2007).

domingo, 30 de setembro de 2012

Poemas da 611

Semana Farropilha - poemas da 611




Com profundo respeito e admiração às tradições do meu Estado, Rio Grande do Sul, dediquei uma semana de atividades vinculadas à tradição gaúcha, justamente pela importância que a história da Revolução Farroupilha teve na construção da identidade do povo sulino. Para tanto, na Semana Farroupilha, depois de trabalhadas músicas, indumentária e cultura rio-grandense, sugeri que os alunos criassem obras que refletissem o universo no qual estão inseridos. Por ser uma turma que gosta de trabalhar em equipe, permiti que fizessem os textos em grupos. Cabe ressaltar quem nem todos participam ativamente de CTG (Centro de Tradição Gaúcha) ou atividades afins, todavia percebi a riqueza de palavras e o interesse deles em serem fiéis ao universo do gaúcho. Destacam-se o amor à prenda e ao pingo; o gosto pelo fandango e pelo mate amargo; a indumentária típica, o linguajar regional e o cenário gaúcho. Eis as obras apresentadas:

Guria

Quando o sol vinha surgindo
Já estava na invernada
Enfreando meu pingo
Era um petiço muy bueno
Companheiro de jornada
Me levava para a escola
Ia a trote pela estrada.

Sempre tinha uma coruja
Que de um moitão curiosa
me observava
Até não mais avistar
Quando chegava no brete
Tinha outra peonada
A nos esperar
Para uma carreira apostar
E me petiço bagual

Chegava em primeiro lugar.
Ainda passava por um bochincho
Antes de minha escola avistar
Quando voltava, chegava na tapera
Apeava o meu pingo para descansar

Depois saía galopando
Até no rancho chegar
Abria a porteira
E lá estava meu cusco
A me esperar.

Quando o sol ia se escondendo
Por trás das coxilhas
Sentava ao lado do fogo de chão
Com uma cambona chiando
E a cuia na mão saboreando
Um chimarrão bem cevado

Me punha a sonhar
Que um dia cedo ou tarde
Uma cidade grande teria que enfrentar
E do meu petiço teria que me separar.

Nariele Gomes


Guria de Farroupilha

A guria de Farroupilha
só toma mate amargo
Joga truco e toca baixo
Arruma o rancho e não se boleia
Seu namorado é domador
Vai casar com ela porque é seu amor
Sempre fala pro seu laçador
Tchê! Se olhar outra prenda
Tu vai ver...
A guria ama música gaúcha
Principalmente as macanudas
Ela canta e encanta os guris
Gosta de vestidos,
mas prefere bombachas
Ela pede a Deus para sempre ser feliz
Não fiz paródia, mas fiz o que quis
Para mostrar como é a vida da chinoca
Ela adora comer lambari, o peixe daqui
E se deliciar com pinhão
Tudo isso é muito bom
Viver no seu rancho
Na maior felicidade.

Kassiane Boeira e Rochelle

Orgulho de ser gaúcho

Vou com o meu pingo baio
Passear pela região
Tomar um mate amargo
E cozinhar um castelão
Nas coxilhas da estância
Puxo minha prenda e
Danço uma vaneira marcada
Jogo truco e me distraio
Minha mulher me acompanha
Na jornada da vida, tri legal
Sou um bom gaúcho
Esse é meu Rio Grande
Uma terra sensacional
Que tal?

Carol Bertolini e Kassiane Carvalho

No balanço do chamamé

Das palavras de meu pai
Cantigas belas poderiam ser feitas
Eu troteava pelas bailantas
Procurando uma chinoca faceira

Minha gaita de oito baixos
Fazia a gente dançar agarradinho
Um no outro
para ninguém nos separar

O chimarrão preparado
E um churrasco bem campeiro
Par esquentar a invernada
E tornar o galpão bem faceiro

As prendas de um lado
Os gaúchos do outro
Vão chegando com a chula
E se aprochegam
na milonga marcada
Todo mundo se mexendo
E dançando um
chamamé figurado.

Stéfani e Gabrieli

Infância de um gaúcho

De uma prenda a outra
Vou levando meu amor
Não sou gaúcho de primeira
Mas levo dentro do meu peito
Muita emoção
Desde minha infância
Quis bombacha e bota de couro
Minha vida foi difícil
Nunca me deu nada não
Certo dia um guri do Sul
Me trouxe o traje de gaúcho de respeito
Cada verso que eu escrevi
É significado de amor e gratidão
Pra sempre levarei dentro de mim
Lembrança de sorrisos e dedicação.

Alana

Gaúcho bom

Gaúcho campeiro se acorda
Com o chimarrão
Vai logo dando um beijo
Na sua prenda
Encilha o pingo
e vai pro galpão
Na Semana Farroupilha
coloca a bombacha e as esporas
Pingo bagual é companheiro
A festança é no CTG
Campona e mate amargo pra valer
Semana de muita tradição
Danças, música e tanta animação
Conversa vai, conversa vem
Chega o fim do dia
É hora de voltar para o rancho
Saudar a prenda e dormir
Fogão à lenha aceso
É fim de setembro
E o frio ainda quer persistir
Não me aborreço
Esta é a vida que levo
Escolhi ser peão
Cultuar coisas simples, sem rodeios
Em meio a minha tradição.

Rohyron, Kenny, Everton


Gaúcho pra lá de gaudério

Hoje vou correr pro abraço
Com meu pingo e laço
Tomar aquele chimarrão
Vou pegar minha prenda
Vestir a pilcha mais bela
Ir pra um fandangaço.

Com muitas músicas
Vou dançar a noite inteira
Lá no galpão
Vai ter muita prosa
Em torno do fogo de chão.

Aqui declaro a vocês
Que sou um grande gaúcho
Gaúcho de tradição.

Gabriel Pereira, Bruno Martins Godoy, Caio, Luiz Fernando

terça-feira, 11 de setembro de 2012


A partir do filme “Escritores da liberdade” foi sugerida a tarefa de se colocar no papel de um dos alunos (personagens) e relatar o sentimento vivido  por eles.  Destaco três textos.  Ei-los:


Guerra à sobrevivência

                Isso aqui é uma guerra, provocada por pessoas irracionais que não podem lutar. E quem vai lutar? Quem vai fazer o trabalho sujo deles? Nós, os viciados; nós, os vândalos, nós, os gângsteres, só para sermos reconhecidos, sermos respeitados por aqueles que você sabe que não valem a metade de seu respeito. Você sabe disto, mas não liga. Agora você já entrou nesta vida e não pode mais sair. Não é mais uma questão de ser respeitado ou de ser reconhecido, mas de sobrevivência.

        Eles sabem onde moramos, sabem onde estudamos e onde trabalhamos, e por que não fizeram nada ainda? Por quê? Não pense que você é exclusividade deles. Para eles você é só um verme que deve morrer lentamente, agonizando, pedindo, implorando por sua vida inútil,
fracassada, sua vida de altos, porém muitos baixos; sua vida sem parentes, sem pai, sem mãe. Minha família são os manos da gangue e é por isto que continuo nesta vida, me lembrando sempre “ Proteja os nossos, eles sempre os protegerão”.

Luís

 

Minha História
 
            Tudo começou quando nasci. Eu era negro. Meu destino já estava escrito: nascer, crescer, gangue e caixão.  Com dez anos achei uma arma, peguei-a e fui intimidar os
brancos. Dei três tiros e um caiu. Fugi. De madruga ouvi umas batidas. Era a polícia. Revistaram toda a casa e acharam uma arma. Levaram meu pai. Ele pegou quinze anos. A raiva subiu à minha cabeça. Entrei numa gangue. Ali o negócio era matar ou morrer. Resolvi matar. Em uma dessas idas e vindas acabei me encrencando. Fui preso.
            Passaram-se cinco anos e o promotor me deu uma chance. “Você terá que frequentar a escola, senão vai voltará para cá.”  Fui à escola e sempre me metia em confusão. Até que chegou uma professora que acreditou em mim. Com o passar do tempo fiz vários amigos  e parei de brigar.  Acho que minha vida começou a fazer sentido...

JOÃO PEDRO

              Olhos....
    Em cima deste telhado tudo é tão frio. Posso ver que as coisas não são mais as mesmas. Não podemos andar nas ruas com calma, não podemos dormir sossegados sem ouvir nenhum barulho de tiros. Não há mais famílias felizes.  Os olhos da cidade contam as lágrimas que caem. Cada uma é uma promessa, uma promessa de que tudo irá melhorar e tudo ficará bem.
    Ainda existe guerra. Pessoas andam armadas e com medo. Espero que um dia tudo melhore. Pergunto-me  que futuro poderei dar a meus filhos. Fecho meus olhos, tentando buscar respostas. Abro-os  novamente e vejo um mundo, um mundo novo, diferente, melhor.
    Puxa! Mas tudo isso só faz parte da minha imaginação. E eu não sei por quanto tempo isso vai durar.
 Amanda Veloso

sábado, 8 de setembro de 2012

Poemas criados pela sexta-série

Foi realizada uma prova de interpretação e juntamente com ela a criação de um poema - feito individualmente e em dupla. Como os poemas produzidos foram muito criativos, resolvi publicá-los.
Ei-los:

Gostamos de tudo isso...

Jogamos bola
Gostamos de pipoca
Gostamos de livros
E não usamos brincos
Gostamos de videogame
Gostamos da nossa família
Somos melhores amigos
Gostamos de jogar bola
É o que fazemos diariamente.

Caio e Gabriel Pereira

Um dia talvez

Um dia talvez
Construa um barco
Um dia talvez
Dê a volta ao mundo
Um dia talvez
Me forme na faculdade
Um dia talvez
Eu cresça
Um dia talvez
Você apareça
Um dia talvez
Eu tome coragem
Para falar com você
Um dia talvez...

Camila Sene e Thiago

Sem ti

Eu gosto de ti
Mas não consigo descrever
Gosto de amar
E não vivo sem sonhar
Teus olhos me fazem feliz
Estava esquecendo: te amo
E quero te fazer feliz
Sem ti não sei sorrir
Sem ti não sou feliz
Mas contigo eu sei
Minha vida faz sentido
Só sei te amar e te beijar
E te fazer feliz.

Bruno Martins Godoy

Namoro juvenil

O namoro pode ser difícil
Alguns acham fácil
Outros têm vergonha
E também são sem-vergonha
Para mim é normal
Como água natural
Mas não vamos fugir do assunto

Porque o amor é profundo
E também não vamos nos espantar
Porque o amor pode machucar
Pode acabar em casamento
Ou até em fingimento.

Otávio Nunes e Bryan Cardoso




Contigo

Contigo perto de mim
Tudo fica melhor
As coisas voltam ao seu normal
Meu mundo não é nada
Minha mente voa entre as nuvens
Como um pássaro solitário
Mas quando tu voltas
Vou além das estrelas
Nosso amor é infinito
Tu estás sempre ao meu lado
Vou te abraçar e te beijar
E nunca vou te deixar.
Bruna e Joana

O meu primeiro amor


Com meu primeiro amor
Sentava numa pedra
Num terreno baldio
Entre as nossas casas
Falávamos de coisas
Aparentemente bobas
Acho que até interessantes
coisas que namorados conversam
e se dispersam
Conversávamos sobre viagens
Que poderíamos fazer
Algum dia talvez
Calculávamos as despesas
Não sei como pôr para fora
Essa ideia maluca
que sacode a cabeça
Ideias parecem fantasmas
Aparecem e desaparecem
Parece que vou pirar.

Guilherme e Ediomar


Amor

Amor é como flor delicada
Amor não se compra
Se conquista
Não importa de onde vem
Pai, mãe, amigo ou namorado
Sempre é bom ter um amor.

Amor de mãe dizem que é melhor
pessoas que concordam
pessoas que discordam
Eu tenho amor pela minha família
Até os animais vivem o amor.
Com amor o mundo fica melhor
Amar os outros e a si mesmo
Amor é o melhor presente do mundo
Amar, ame, amo.
Rochelle e Kassiane Boeira


Poetisa será?

Será que vai haver outra chance?
Outra vida, outros sonhos?
E se eu perder quem eu amei?
Não sei o que será de mim.
Mas sei que tinha que viver
Sem arrependimentos
Não posso viver sonhando
Mas me realizando
Parecia que entre mim e ele
Não havia segredos
Apenas amor.
Para os sonhos: realização
Para as dúvidas: respostas
Amo a poesia
Será que serei poetisa?
Que orgulho de mim mesma.

Marcelly e Nariele

Um dia

Um dia vou te olhar
E perder o medo
Um dia vou poder confiar
Em mim mesmo.
Um dia vou ter certeza de quem tu és.
Um dia terei certeza
de quem será minha mulher.
Um dia...
Vou te olhar e te beijar
Perderei o medo de amar.
Um dia eu vou te dizer
O quanto te amo
Um dia te mostrarei que tu és
Mais importante que outro alguém
Que és somente
meu bem querer.
Alana e Kassiane

Nas entrelinhas

Não sei o que eu faço
Nem o que escrevo
Meu caderno está vazio

Penso em alguém
Mas não tenho
As palavras certas
O caderno repousa em silêncio
Minha memória caminha descompassada
Quero dar início a essa carta de amor.
Gabrieli e Stéfani







O AMOR
O amor é um sentimento
vindo do coração
quando atinge as pessoas
as enche de emoção.

Sendo assim tão forte
que nós não conseguimos segurar
quando a boca cala
o peito parece que vai estourar.

Mas que sentimento é esse
que nos faz sofrer?
Mas além disso
é a única razão que
encontramos para viver.
Kenny Lara



SÓ DEUS SABE
Deus, por favor me ajude a crescer
Há tanta coisa
que eu ainda quero aprender
Suas palavras me ensinam a viver.

Noite e dia em você eu vou pensar
Você me ama tanto
e sempre me ajuda a acertar
Me auxilia e me dá a mão
Para eu não tropeçar e cair no chão.

Me ensina o caminho
por onde devo ir
Jesus, com você quero agir
no pensar, no fazer, no sentir.
Carol e Kamila