DAIANE FAGHERAZZI

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Farroupilha, Rio Grande do Sul, Brazil
Formada em Letras/Português (PUCRS - 1998/2002) com Pós-Graduação no Ensino de Língua Portuguesa (PUCRS - 2003/2004) e Mestrado em Linguística Aplicada (PUCRS - 2006/2007).

sábado, 17 de novembro de 2012

Nobre trabalho - Olimpíada da Língua Portuguesa

Nobre trabalho
Vívido trecho de um episódio contado por minha generosa "nonna", "Bitele, dame le nozele?", "Mi no!", ressoa em minha mente. Mais de vinte anos se passaram e ainda sinto sua voz terna me contando em dialeto vêneto a história de um menino teimoso que não queria dividir as nozes com sua irmã. Certamente algo dentro de mim não quer esquecê-la. São as marcas de família, minha identidade, minhas memórias...
Além de escutar belas narrativas, meu mundo, por longos anos, girou em torno de livros: diferentes autores, figuras memoráveis, textos fascinantes. Nova Milano, típica paisagem interiorana, convidava-me a passar as manhãs presa ao ambiente literário, e eu amava. Em frente a minha casa existia uma árvore. Nela meu pai construiu uma estrutura de madeira, carinhosamente chamada de cabana aérea. Essa muito participou da minha infância leitora e feliz.
Sempre fui sonhadora, e as histórias me permitiam alimentar, através dos personagens, minhas utopias. Sarandear por entre as palavras sempre me seduziu. No colégio, o glamour dos palcos me intimidava; já a folha branca e a caneta eram minhas íntimas amigas. Amor às palavras, sim; prazer em escrevê-las, muito mais. Havia magia nesse cenário e isso se perpetuou...
Tornar-me professora talvez tenha sido um chamado interno. Assumi esse compromisso. Minha mãe sempre me dizia que aprendemos muito com o novo. Ele nos desafia. Acho que acabei acreditando nisso e segui em frente. Tornei esse discurso mais vivo no percurso acadêmico e profissional.
Este ano tive a oportunidade de participar das Olimpíadas de Língua Portuguesa. Transitar com maestria em meio à leitura e à escrita é missão de todo professor e um vício para mim. Assim, fui convidada para a formação continuada de professores mediante estudos mensais. Nos encontros, abordou-se "lugar onde vivo" com o intuito de escrever não só sobre o local onde se vive, mas estimular novas leituras, pesquisas e reflexões. Foi ressaltado que o tema deveria se enquadrar em textos com ponto de vista próprio e singular, isto é, numa perspectiva pessoal. Como o gênero "memórias" articula o passado ao presente, destacou-se a importância da escolha da pessoa a ser entrevistada, a seleção e a organização de informações relevantes acerca dela.
Li os cadernos didáticos e, a partir deles, tracei uma diretriz para as práticas. Propus atividades que contribuíssem para a descrição de personagens, costumes, cenas, lugares, sensações, impressões. A coleção Na Ponta do Lápis também contemplou os seguintes aspectos: progressão textual, aspectos linguísticos como a retomada de referentes, nexos temporais, tempos verbais, indicadores espaciais e utilização do discurso direto e indireto.

Escrever não é um talento natural. É uma habilidade que pode ser desenvolvida. O aluno-autor vai tendo maior autonomia na medida em que sabe o que dizer, como dizer, quais expressões usar, além de avaliar e ajustar o que foi dito.
Então, para enriquecer o estudo, baixei vídeos sobre as Olimpíadas e salvei alguns textos vencedores e os projetei na sala de aula a fim de os jovens mergulharem no tema. Houve períodos em que eles foram à sala de informática, entraram em contato com o site, leram várias produções e escolheram uma para ser refletida. Topicalizaram oralmente aspectos importantes do gênero "memórias literárias" - abordado anteriormente em sala - e ressaltaram os traços de autoria do texto selecionado.
Os encontros proporcionaram espírito investigativo e refinamento linguístico. Além disso, assistimos a dois filmes que contribuíram para o caráter narrativo em primeira pessoa: A Vida é Bela e Escritores da Liberdade. Os estudantes escreveram textos, colocando-se no lugar dos personagens. Foram realizadas atividades de reescrita que auxiliaram na polidez textual.
Creio que o professor-escritor incita os educandos ao hábito saudável da escrita. Dessa forma, escrevi um texto intitulado "Minha amiga do peito". Retratei as peripécias de uma jovem garota em uma pequena cidade do Rio Grande do Sul e sua parceira inseparável, a Caloi: "Quantas sensações indescritíveis vivia ao compartilhar com minha estrela as pedaladas portão afora. Ousadia não faltava naquele corpinho magro e corajoso de menina levada. Minha Caloi representava muito mais do que uma diversão. Ela fazia parte das emoções diárias".
Concluída a leitura, analisamos os diferentes aspectos do gênero em questão. Os alunos se identificaram com o humor, conseguiram visualizar a história e foram tocados por diferentes sensações. Reminiscências carregam esse encanto...
Na sequência, com a autorização da direção, um casal de senhores esteve na escola para relatar a infância deles. Fotos antigas contribuíram para ilustrar a sociedade urbana e rural da época. Olhos acesos, rostos curiosos se destacavam em meio a tantos discursos provocantes. Passagens tristes, alegres, cômicas, reflexivas envolveram a todos.
Após a apresentação de ambos, os estudantes construíram uma "memória", considerando os relatos anteriores. Não houve tanta dificuldade em se colocarem no lugar de outra pessoa visto que já era familiar essa proposta de trabalho.
Foi uma tarde especial. Não estava no script, mas até o choro fez parte da ocasião. Fomos tocados pela fala de cidadãos comuns que se permitiram, através de suas recordações, retratar suas histórias e transmitir a emoção vivida em períodos difíceis e marcantes das décadas de 40 e 50. Conjugaram-se história, geografia, religião, filosofia, enfim, uma lição de cidadania.
Nesse ambiente temático, foram desenvolvidas belas memórias, e uma delas teve um destaque maior: classificada para a etapa regional das Olimpíadas de 2012. A história, hoje, faz parte não só das lembranças da Dona Riciene, a senhora que abrilhantou uma tarde no Colégio Estadual Farroupilha. Está presente na fala e na escrita de jovens que tiveram a oportunidade de compartilhar passagens significativas dessa mulher. Além disso, fomos provocados a conversar com Farroupilha de outrora, berço da colonização italiana e solo de Nossa Senhora de Caravaggio. Conduzir esse diálogo renovou meus sentimentos.
Vale a pena ouvir; vale a pena imaginar e escrever; vale a pena viver e reviver, nonna mia...
Professora Daiane Fagherazzi


Notas:
"Bitele, dame le nozele?", "Mi no!" significa no dialeto vêneto italiano "Bitele, me dá as nozes?" "Eu não!"
"Nonna" significa "avó".

Olimpíada da Língua Portuguesa em São Paulo - etapa regional

A Olimpíada da Língua Portuguesa foi muito emocionante. Tivemos quatro dias de muito aprendizado e companheirismo. Valeu por tudo que passamos. Uma experiência que ficará marcada para sempre. Cabe destacar que foram 3 milhões de textos em todo o Brasil nos gêneros memórias, poemas, crônicas e artigo de opinião. A Kassiane ficou entre as 125 melhores do Brasil - no gênero memórias - com medalha de bronze. Valeu, querida. Tu és uma vencedora.

No avião da Gol, partindo para São Paulo.

Aproveitamos para ler toda a viagem, né, Kassi?


Cerimônia da entrega de medalhas - Hotel Novotel

A MEDALHA É DE BRONZE, MAS
NÓS SOMOS DE OURO!


Nós somos apaixonadas por leitura...


Praça da Sé - São Paulo



Estudamos bastante...

Professoras amigas e vencedoras. Elas vão para Brasília.











Livros que ganhei em São Paulo.
Ótimo investimento.






Kassiane curtiu os amigos "Fernandos" Pessoa na Rua 25 de Março. Esta rua também é cultura, minha gente. Recebemos inclusive um poema do ilustre escritor.













Eu e Kassiane tivemos a oportunidade de ir ao Museu da Língua Portuguesa. Foi um banho de conhecimento, cultura, boas sensações...




















Kassiane Custódio de Carvalho


ENTRE BOLAS E FANTASIAS
Tudo mudou, mas belas imagens recompõem cenários adormecidos na minha memória...
Quando eu era pequena, aos domingos, nos reuníamos com amigos em São Marcos, interior da cidade de Farroupilha, Rio Grande do Sul. Brincávamos de amarelinha, futebol. Subíamos em árvores. Meu forte era o campo de futebol. Me achava a zagueira, apesar de me adaptar a qualquer brincadeira. Parecia atleta. Amava ver e fazer teatro. Diziam que era pecado, algo proibido. Eu fazia o papel de Carmem Miranda. Frutas e afins bailavam sobre minha cabeça.
Naquela época não havia carro. Usávamos carroça. Ia ao centro da cidade com meu pai. De lá partíamos a Caxias do Sul, cidade vizinha, de trem. Me sentia gente grande. Minha alegria era comer pão d'água e tomar gasosa, uma espécie de refrigerante. Chegávamos a casa à noite. O dia passava tão depressa. Dava a sensação de que a noite parecia haver engolido o dia.
Energia elétrica não existia, então os temas eram feitos à luz de um lampião. O cheiro daquilo era muito forte e impregnava no ambiente.
Minha casa era bem grande, dois andares. Ela representava um palácio para mim. Era a princesa em busca do príncipe encantado. Quando dava um temporal muito forte, na parte superior, tinha a imagem da Santa Bárbara. Íamos até lá e rezávamos para a chuva cessar.
Ao redor da casa, havia cinamomos e camélias, o forno e o tanque de ensaboar. Típica paisagem de interior. Eu amava morar ali. Sentia o frescor do mato, o vento das árvores, a beleza da natureza. O ar do local tornava tudo mágico. Acho que até meus medos e tristezas se iam quando soprava o vento serrano.
Em dia de colégio íamos de avental branco. Eu ficava literalmente ensacada. Era até engraçado. Nos pés calçávamos tamancos. Parecíamos médicas. Mas nem tudo era perfeito. No inverno meus dedos sangravam e faziam calos. Não me queixava. Aquela era minha vida. Eu era feliz assim. Por sorte tinha a Pinhona, uma égua de estimação. Aquele bichinho era meu amor. Com ela ia ao centro vender milho e retornava para casa trazendo farinha. Quando meu pai a vendeu juntamente com a casa, não fiquei triste. Uma família conhecida ia ficar com ela. Gente do bem.
Naquele tempo não havia perigo de sair na rua como hoje. Íamos ao parquinho onde havia balanços, meu brinquedo preferido. Eu sempre dizia a quem me empurrava: “Me manda pro céu. Quanto mais alto, melhor!". A sensação era de voar. Asas pareciam fazer parte do meu corpo. Um tempo inesquecível.
Quando saí do interior, meu pai começou a beber. Eu rezava para ele melhorar. Ele chorava quando bebia. Era um vício. Sempre acreditei na sua recuperação, pois ele era meu herói. Continuei meus estudos em um colégio do centro chamado Nossa Senhora de Lourdes. Lá estudavam pessoas muito preconceituosas. Diziam que quem vinha da colônia era burro. Além disso, tinha muita dificuldade em matemática. Acho que foi por esse motivo que decidi ser professora, ajudar os outros a pensar.
Hoje não sou mais aquela menina ingênua e sonhadora. Ainda carrego traços dela, mas vivo o agora. Agradeço por tudo que passei. Me serviu de lição. Não guardo rancor de ninguém, de nada. Aprendi a ter muita fé em Deus, confiar em mim e acreditar que tudo é maravilhoso, basta entender e aceitar os fatos como uma escola de oportunidades.
Diariamente cenas desfilam e dialogam dentro de mim...
Obrigada, garotinha, por me embalar com seu sorriso puro e me encantar com os acontecimentos simples da vida.
Baseado na história de Riciene Peccin Fagherazzi, 66 anos - Farroupilha
Veja o vídeo da Etapa Regional em São Paulo
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=iLG-Zg-aMVw

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Olimpíadas da Língua Portuguesa - 7.11.2012

 

   Este ano tive a oportunidade de participar das Olimpíadas de Língua Portuguesa. Transitar com maestria em meio à leitura e à escrita é missão de todo professor e um vício para mim. Assim, fui convidada para a formação continuada de professores mediante estudos mensais. Nos encontros, abordou-se "lugar onde vivo" com o intuito de escrever não só sobre o local onde se vive, mas estimular novas leituras, pesquisas e reflexões. 
    Nesse ambiente temático, foram desenvolvidas belas "memórias", e uma delas teve um destaque maior: classificada para a etapa regional das Olimpíadas de 2012.














domingo, 28 de outubro de 2012

A partir da música Tocando em Frente, de Almir Sater, os alunos do Rumo Certo expressaram o que a letra transmitiu a eles...

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Eis as obras:


sábado, 27 de outubro de 2012

Poemas da sexta-série a partir do poema Autoapresentação, Elias José

      A partir da leitura do poema "Autoapresentação", de Elias José, os alunos foram convidados a se apresentar de forma poética. Antes de escrever, fizemos uma reflexão sobre o gênero em questão, interpretamos a obra, entre outros aspectos.

 
AUTOAPRESENTAÇÃO
 
Sou o poeta João,
Cheio de sonhos e pesadelos
E medos e coragem.
Tenho os olhos abertos, espertos
Para olhar o céu, o mar, a montanha
E todas as cores que a vida tem.
Tantos me tocam as cores da natureza
Como os olhos das garotas.

Tenho os ouvidos atentos
para a música, os ruídos todos
e a sonoridade dos sorrisos
e dos nomes de mulher.

Com os íntimos ou escrevendo
Sou falante, elétrico como um grilo.
Quando enfrento o desconhecido
Sou caracol encolhido em minha casca-casa.

Sou alegre e sou triste,
Sou poeta em projeto.
Acho que o poeta é um cara-de-pau
Que se joga todo sem redes,
Sem máscaras e sem olhos escuros.
É um ser que bota fogo no gelo
E espera um incêndio amazônico.

Para isso vivo e me preparo
Como só tenho quinze anos,
Estou ainda atiçando chispas.
Se uma chamazinha explodir,
Se um verde minúsculo brotar
Do azul do meu poema,
Se o diálogo quebrar a indiferença,
Valeu.
ELIAS JOSÉ

CRIAÇÃO DOS ALUNOS

Um sentimento

Sou um sentimento
Bom e bonito
Simples e sincero
Que só a companhia
Pode amenizar a sensação
De frio na barriga.
 
Algumas pessoas fogem
Outras procuram por toda vida
Enquanto algumas encontram
Pelo menos uma vez na vida
E ainda dizem que é eterno...
Sou um sentimento lindo...
Sou o amor.
Thiago M

 Meu pequeno poema

As cores do arco-íris
A brisa a suavizar
Um olhar apaixonado
De alguém que está
Aprendendo a amar...

Um sorriso de criança
O perfume de uma flor
As montanhas e os vales
Os rios e os mares
Tudo a me fascinar...
 
As palavras de uma história
As estrelas a brilhar
As folhas a voar
E eu a te amar...
Bruno Martins

 
Como estou

Eu sou alegre
Às vezes parece
Que sou triste.

Tem dias que estou braba
E dias que estou calma.
Tem dias que falo pelos cotovelos
Tem dias que sou o silêncio.
Às vezes estou histérica
Às vezes estou séria.
Como será que vou estar
Nos outros dias?
Braba, alegre ou histérica?
Talvez fora do ar...
Gabrieli

Escola da Vida

Vou lhe falar
Da minha infância
Sonhei muito até tentar
Cansei de errar
E muitas vezes tive que consertar
Alguns sonhos não consegui realizar
Fui crescendo e aprendendo
Que a vida não é fácil
Realizar  sonhos é quase impossível
Mas com a cabeça erguida
Melhora a vida
Se cair, levanta.
Foi assim que consegui
Realizar meus ideais
Agora conto minha história
Como um troféu de vitória.
Rochelle

 
Essa sou eu

Sou escritora
Escrevo meu próprio caminho
Às vezes sou sol
Às vezes sou chuva
Sou paz
Sou guerra
Sou sincera
Sou apaixonada pelas palavras
Andarilhas em meus pensamentos
Vivo emoções
Sou sentimento
Pinto o céu das cores mais belas
Tropeço e aprendo
Não me arrependo
Vivo o presente
De forma reluzente.
Kassiane Custódio de Carvalho

 
Sou assim

Sou apenas uma garota
Tenho doze anos
Vivo o agora
Na memória me iludo
No coração me inundo
O colorido do céu
Não sei quem pintou
Quero o resto da tinta
Para colorir meu amor
Seus olhos  belos quero tocar
De tão delicados só posso olhar
Faço tudo valer a pena
Sou o que sou
Sou o que quero ser...
Caroline Bertolini Soares

A menininha

                                                            Sou a poeta Marcelly
Cheia de sonhos e utopias
Vivo no meu mundinho
De sonho e fantasia
Sou alegre
No meu universo de melodia.
Nos dias belos
Vejo as cores vivas da natureza
Com os olhos de garota meiga
Vejo a grandeza de viver
Esse é o meu jeito de ser.
Marcielly Maciel

 
A nossa região

Aqui na nossa região
É muito bão
Nós vendemos manjericão e leitão.
Aqui não é mole não
Nós pegamos o ladrão
E levamos direto para a prisão.
Onde só come arroz e feijão.
 
Um dia eu estava no rincão
Dançando um bailão
As prendas me disseram
Que isso não é difícil não.

Eu me alegro com a minha região.
Aqui é calmo e muito bão.
E como sempre digo
Daqui não saio não.
Bryan B. Cardoso

Quem sou?

Sou uma poetisa
Mas poderia ser caixa secreta
Gostaria de ser um passarinho
E em gaiolas não habitar
Tenho asas para voar.

Tenho uma cabeça para pensar
Um coração para amar
Pensamentos para encontrar
Um caminho para trilhar.
Quero viver um novo sonho
Quero perder o meu medo
Quero sentir o ar puro
Quero curar os meus erros.
Mas afinal
Quem eu sou?
 
Tenho os olhos espertos
Tenho a visão de um mundo belo
Tenho olhos abertos
Olhando a vida de modo certo.

Ouço vozes, barulhos e sons
Mas não entendo
São sons que me tocam
De uma forma que não entendo
Apenas são sons.

Mas afinal
Quem eu sou?
Stéfani da Rosa dos S.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ao professor - homenagem da 611 e 811

 

Para comemorar o dia do professor, alguns alunos da sexta e da oitava séries se dedicaram em escrever a mensagem abaixo:

Professora Tamara
A professora Tamara é toda vaidosa e Química e Física nos ensina toda prosa.
Professora Carmem
A Carmem é aquela que nos faz ampliar desenhos, sempre com muito empenho.
Professora Renata
A Catiusca é nossa professora de História, graças a ela tivemos uma vitória: um teatro apresentamos e orgulho a ela damos.
Professora Fernanda
A Fernanda é uma pessoa simpática e nos ensina Matemática.
Professora Zita
A Zita se aposentou, mas antes o conhecimento em Matemática nos passou.
Professor Alex
Mochileiro das galáxias o nosso professor é um baita educador.
Professora Cris
A Cris nos ensina Inglês e Religião e por seus filhos tem grande paixão.
Professora Chirlei
A Chirlei é nossa professora de Educação Física, muito ela nos elogia e das nossas piadas sempre ria.
Professora Daiane
A Daiane é uma professora muito positiva, ensina-nos Português e nos dá aula da vida.
Professor Rafael
O Rafael nos ensina Ciências e muito obrigado pela sua paciência.
Professora Patrícia
A professora Patrícia nos dá aula de Educação Física e muito bem a matéria nos explica.

Em tom sério e cômico, candidatos mostraram suas propostas de campanha política. Turma 611

     Focalizando a semana das eleições, os alunos da sexta-série se dedicaram a fazer campanha política, tanto em tom sério, como cômico. Para tanto, reuniram-se em grupo e preparam projetos para serem avaliados perante os colegas. As obras foram apresentadas oralmente. Destaco os seguintes trabalhos:


                                  Campanha Mudando de Vida
Nós mudaremos de vida com os seus impostos. Não prometemos sua segurança, mas a nossa, sim.
Vocês não receberão salário mínimo, pois nós precisamos de mais dinheiro em nosso banco.
Prometemos não guardar seu dinheiro, mas gastá-lo.
Tomaremos sua residência para construir mais prédios, porque nosso comércio deve aumentar.
Doaremos coisas velhas para as pessoas que necessitarem.
Daremos também roupas rasgadas, comida estragada, etc.
Vamos incomodar você com nossa música irritante até às 4 horas da manhã.
Iremos a sua casa, comeremos sua comida, dormiremos em sua cama e não ficaremos gratos.
Partido CBB
Vote em Juca Chileno n. 5321
Vereador José Pinto n. 53211
Bryan B. Cardoso
Nickolas de Lima
Turma 611

Mudanças positivas
Olá, sou Bruno. Eu desejo construir hospitais e escolas para melhorar a saúde e a educação que são essenciais à dignidade humana. Prometo cumprir e fazer tudo para uma educação de qualidade, pois o povo farroupilhense merece.
Desejo que a cidade tenha mais ônibus escolares para a segurança das nossas crianças.
Falo novamente, se você votar em mim, muita coisa vai mudar.
Chegou a hora de fazer Farroupilha crescer, não em população, mas principalmente em educação e em qualidade de vida.
A minha meta é fazer dois novos postos de saúde para agilizar o atendimento aos mais necessitados.
Vou construir cinco unidades de informática para disponibilizar maior contato da população com o universo virtual. Desejo contribuir para que a nossa gente se torne cidadã do mundo.
Partido AMCA
Bruno
Turma 611

Noizinho

Vote no Edinho e no Guilherminho para mais Leite Ninho dar ao seu filhinho. Se você quiser mais remédios para o coração, vote no Edinho e no Guilherminho para mais cuidados ao seu corãozinho. Se você quiser mais, juntos a gente faz.
Então, no dia 7 de outubro, vote 11 para prefeito de sua cidade. Farroupilha quer, pode e merece.
Partido “ As mina pira. Pior que tá não fica.”
Ediomar e Guilherme
Turma 611

Memórias de Maria José, neta de uma escrava maranhense

     Tive a oportunidade conhecer uma senhora chamada Maria José, 88 anos, nascida em São Luís do Maranhão, neta de uma escrava. Compartilhei a história com meus alunos e, a partir da minha narração, eles se colocaram no papel dessa mulher e escreveram suas memórias. Destaco este texto:

                                                         Negrinha maranhense
    Na minha infância, em São Luís, algo triste aconteceu e nunca mais saiu da minha cabeça: a morte do meu irmão. Eu o havia matado? Eu era a culpada? Neta de uma escrava e filha de um italiano minha vida não fora nada fácil. Não fui louca e nem fiquei louca. A tragédia aconteceu porque havia uma criança cuidando de outra criança.
    Minha mãe, uma senhora baixinha e metida, adorava um baile e vivia em festas. Uma noite saiu para dançar e me pediu para cuidar do meu irmão, um bebê. Naquela noite ele não parava de chorar. Muito dedicada eu embalava o berço, cumprindo o prometido. Como estranhei o silêncio do pequeno, resolvi vê-lo mais de perto. Como era pequena, peguei uma cadeira e aproximei-me do menino. Naquela época não havia eletricidade, então o jeito era enxergar com uma vela. Sem querer, deixei-a cair sobre os lençóis. A cama pegou fogo, o jovenzinho resistiu apenas um dia.
    A tristeza tomou conta do nosso lar. Minha mãe ficou doente e me deu para a minha madrinha. Acho que seria melhor assim. O que eu faria com uma mãe ausente? Uma mãe que nem me enxergava? Eu queria ser amada também...
   O tempo passou e fui morar no Rio de Janeiro. Um belo dia, caminhando por Copacabana, minha madrinha avistou alguém conhecido. Era ele, meu pai, um senhor já bastante envelhecido pelo tempo. Para mim não importava. Pela primeira vez estava vendo a imagem do meu pai. A alegria tomou conta de mim e fui abraçá-lo. Ele me contou que já havia outra família. Fora apaixonado por minha mãe, mas ela era muito agressiva. Quando ele era jovem, um pouco antes de eu nascer, inventou uma história que iria para a Itália visitar seus pais. Nunca mais voltou a São Luís do Maranhão.
   Acho que agora sei por que minha mãe morreu tão jovem: tristeza do abandono, tristeza da morte do meu irmão, tristeza da vida.
Nariele - Turma 611