DAIANE FAGHERAZZI

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Farroupilha, Rio Grande do Sul, Brazil
Formada em Letras/Português (PUCRS - 1998/2002) com Pós-Graduação no Ensino de Língua Portuguesa (PUCRS - 2003/2004) e Mestrado em Linguística Aplicada (PUCRS - 2006/2007).

domingo, 17 de junho de 2012

Zaino - Riciene FAgherazzi - minha mãe


ZAINO

Zaino e eu nos criamos em meio às pastagens respirando a liberdade, refletidos na pura água da sanga. Como andantes de sonhos e distâncias há momentos que a infância se faz presente e queremos nos banhar na fonte da esperança.

Hoje quero rever o meu pago. Mas há sede nos rios, nos açudes, nos banhados dos salpicados de garças e auroras. Agora o ar quer respirar e troteando devagarito, ergo meus olhos para o céu e, como uma oração, peço que ali naquele galpão, as cuias, passando de mão em mão, tragam algo mais que o saborear da erva.

Seiva amarga ou doce, não importa, mas que tenha na sua essência o cheiro da terra, o verde do campo. E o mais importante, a convivência e a união. O verde, a chuva continuarão, se preservarmos o que ganhamos num desses dias em que o sol se punha despacito eu o vento assoviava por entre os campos e arvoredos. E o quero-quero, ah!, esse dizia “ quero...quero...agradecer.”

Hoje no seu cantar talvez queira dizer “quero, quero, quero que volte o verde regado pela água pura.” Hoje me uno a ele e canto “ Quero rever o meu rincão e por instantes trotear com meu zaino.

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